A Defesa da Vila | Conto de Fantasia Medieval

Escrito por: Leo Rodrigues

A defesa da vila narra um acontecimento junto a vila de Peltri, acontecimento este que nos faz pensar… Um conto para maiores de 14 anos

A pequena e pacata vila de Peltri sempre viveu em paz e harmonia, nada de incomum acontecia na vila, até aquele fatídico dia.
Estava quase na hora do jantar, os moradores da vila voltavam de suas plantações, carregando cestos repletos de frutas e grãos, o sol estava baixo e a temperatura amena. Nas casas, as crianças começavam a acender alguns lampiões e velas e o cheiro de tortas de maçã podia ser sentido a metros de distância.
Porém, o aroma frutado do ar fora invadido por um fedor incomum, ao Leste da vila, vindo das florestas de Mrots, foram avistadas pequenas criaturas, de pele verde, nariz pontudo e olhos esbugalhados, eram Goblins!
A população entrou em alvoroço, os pacatos moradores de Peltri nunca tinham visto aquelas aberrações. As crianças mais jovens, os incapacitados e as mulheres grávidas cuidaram de montar barricadas, enquanto todos os demais moradores da vila pegaram seus martelos, foices, enxadas, pás e quaisquer outras ferramentas que pudessem utilizar, e partiram para rechaçar o ataque inimigo.
Os goblins esganiçaram algumas palavras incompreensíveis, enquanto eram rechaçados pela braveza daqueles fazendeiros. Não tardou até que eles bateram em retirada, retornando para a escuridão das florestas.
Os fazendeiros logo limparam suas ruas daquela gosma verde e dos corpos pestilentos que ali jaziam inertes e comemoraram sua vitória com um banquete.
Na tarde seguinte, qual não foi a surpresa, quando novamente os seres repulsivos saíam da floresta a caminho da modesta vila. Desta vez, em menor número, os goblins gritavam e gesticulavam, os humanos notaram aquela afronta e, inflados pela glória do dia anterior, decidiram eliminar todas aquelas criaturas. Iniciaram assim mais um massacre.
Dessa vez, quando partiram em retirada, os pequenos seres foram seguidos floresta adentro, até chegarem em seu covil. Na pequena aldeia goblin havia barracas de madeira improvisadas com panos e couros servindo de lona, instrumentos de ossos podiam ser avistados por aqueles que chegavam, mas praticamente não havia resistência contra o poderio dos humanos ensandecidos por protegerem suas terras.
Os fazendeiros foram matando, saqueando e colocando fogo em toda a aldeia, até que chegaram na maior das cabanas, onde estava deitado um pequeno ser de pele verde clara, usando brincos e colares, ele deveria ser o chefe daquela tribo.
O líder dos humanos percebendo sua glória, e dela desfrutando, possibilitou ao goblin palavras finais, e ele disse: “Nós ter muita fome, só querer comida cheirosa, nós poder pagar”.
Knut era o nome desse pequeno líder, hoje sua cabeça está empalada na entrada da vila de Peltri, que é reconhecida em todo o mundo como uma vila de bravos guerreiros que defenderam suas terras de forma honrada e nobre.

FIM.


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