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Dark e Tales from the loop

Existem algumas séries que são muito boas, mas algumas ficam ainda melhor quando se entende de onde elas vieram, Dark, série de terror e ficção cientifica da Netflix, é uma dessas. Então vamos falar um pouco sobre como o RPG tornou essa série possível, mas primeiro, vamos falar sobre suecos jogando RPG.

Tales from de Loop tomou o mundo do RPG em um ataque direto. Isso não aconteceu por acaso, para os novos aventureiros desse hobbie incrível, deixe-me contar um momento sombrio dos dias que ninguém mais sabia do que RPG se tratava. Assim que o D&D3.5 começou a ficar velho e o mundo sombrio de vampiros e lobisomens chegou ao seu final prometido, chegou um momento onde que ninguém mais estava jogando RPG. o D&D 4 edição foi um fiasco, por mais que ainda existam pessoas que defendam o sistema (e sim, ele tem suas partes boas) o que faltava nele era a essência de ser um RPG e não um simulador de jogos online. Os mundos RPGisticos ficaram a deriva, sem um sistema forte ou um cenário estabelecido.

RPG Europeu

Na Europa as coisas eram um pouco diferente, o RPG por lá tem outra função de diversão e o debate sobre o jogo caia mais na fusão de regras com cenários. Grandes jogos europeus influenciaram o RPG moderno e a febre de criar seus próprios sistemas com regras, sistemas de teste e cenários completamente diversos começou a surgir.Hoje é possível encontrar sistemas de RPG que se joga junto de uma torre de Jenga, outros onde os jogadores jogam vendados, entre outras sugestões diversas. Porem, entre eles, um sistema se tornou mais popular que outros, isso graças a uma linda campanha de kickstarter, e assim o mundo começou a conhecer Tales from de Loop.

O que chamou a atenção de todos na época foram, sem duvida, as artes impecáveis e lindas. Que iam alem da impecável qualidade do D&D3.5, mas também apresentava um mundo novo, o interior da Suécia futurista. O interesse no sistema não parava ai, depois de ser completamente cativado pelas imagens, era impossível não ler sobre o que se tratava: Os personagens são crianças, tendo de lidar com problemas de mais, com adultos perigosos e um problema constante, o Loop.

A grande sacada do jogo era que as aventuras propostas aconteciam com viagens no tempo, sobre resolver problemas complexos em um cenário tão complexo quanto. Tive a oportunidade de jogar uma aventura nesse sistema e a surpresa quando nos encontramos no loop foi algo sublime. Lembro de entrar na conversar sobre se essa premissa não ficaria cansativa ou repetitiva, e ao que tudo indica, não. Como sempre, depende da criatividade do mestre e dos jogadores, mas também o mundo é amplamente construído no livro.

Dark

Dark, a série alemã da Netflix, usa a premissa desse cenário em seus personagens infantis. A ideia é linda e diferente, explorando um pouco mais a fundo esse mundo e suas possibilidades de narrativa. A série sozinha é muito boa e cativante mas tem algumas camadas a mais para aqueles que conhecem um pouco mais a fundo o sistema de RPG.

Ver como o RPG esta voltando a influenciar a cultura Pop é sempre algo animador. Jogar RPG é divertido e simples, alem de estimular a criatividade e interações sociais. Quantas grandes histórias de mesas de jogos não se tornaram livros ou filmes? Não era incomum ler autores de fantasia medieval falando que aqueles personagens surgiram numa mesa de jogo e a aventura havia sido tão épica que precisava se tornar um livro. O RPG segue vivo e, cada vez mais, esta retomando seu lugar como um lazer capaz de criar grandes histórias.

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