RPG Next apresenta… Crônicas de Damocles – Episódio 05 – Piratas!
Bem vindos às Crônicas de Damocles, uma série de aventuras gravadas que se passa no mundo de Damocles:O início, um mundo de aventura onde a fantasia e a ficção científica se misturam.
Crônicas de Damocles: Episódio 5 – Piratas!
Narrador: Sejam bem vindos ao podcast Crônicas de Damocles. Aqui vamos narrar as aventuras de alguns dos personagens do Livro Damocles: O início. Que está à venda pela Amazon. Nos últimos episódios acompanhamos as aventuras de Gaspar de Gusmão o Cascadura de Bragança. Aqui conheceremos Peter e Leirbag, dois piratas que vivem grandes aventuras juntos.
Música tema (piratas e aventuras no mar) (sons de oceano e navio à vela, cordas e madeira rangendo).
Peter
Leirbag, você sabe que não confiei nesse cão.
Leirbag
Eu sei Peter, mas acho que deve me ouvir. Tommy tem alguma experiência no mar e poderá nos ajudar.
Peter
Eu sei, mas ainda assim acho que podemos vir a nos arrepender. Acha que vai dar certo?
Leirbag
Desde que escute meus conselhos…
Peter
Leirbag, você sabe que eu sempre escuto seus conselhos.
Leirbag
Como assim? Você quase nunca faz o que eu falo!
Peter
Eu escuto, mas tomo minhas decisões.
Leirbag
Por isso que perdemos o Timmy.
Peter
Como eu ia saber que naquelas águas iam ter tubarões?
Leirbag
Eu avisei que poderiam ter. E, agora, acho que vamos precisar de um novo Timmy.
Narrador
Os amigos seguem mais algum tempo discutindo. Estão se preparando para sair do porto de Bragança. O seu navio “Ocean’s Trap” está ancorado no porto. É um navio à vela, com uma tripulação heterogênea. Leirbag recrutou os marinheiros no porto de Bragança. E, em virtude de sua própria natureza cosmopolita, traz todo tipo de gente como interessados em se juntar à tripulação. Temos o “Marechal” um humano negro forte careca com um copioso bigode, e uma grande cicatriz no peito. Ele tem esse apelido pois teria ganho um duelo com um Marechal de Império. Há o koltrano Klem, que, alguns dizem ser um escravo fugido (coisa inaudita, pois os koltranos escravos, são normalmente completamente submissos aos seus senhores). Tommy um jovem humano branco, muito pálido e sem uma perna, irmão de Timmy, que morreu no mar e odeia veladamente Peter, Nayara, humana morena, com fartos cabelos, e corpo voluptuoso, mas que já fez muitos pretensos abusadores se arrependerem amargamente. Por fim há Naresh um psiônico que “comprou passagem” e pretende seguir com esse grupo. Leirbag sabe que, não fossem os poderes mentais dele, provavelmente seria roubado, e jogado aos peixes. O capitão se chama Finn, um humano de meia idade, com uma extensa barba meio desgrenhada o rosto branco queimado de sol e uma cabeleira selvagem. Ele possui um animal koltrano chamado K’leszt. Que parece uma mistura entre um papagaio sem penas e um lagarto. É verde com uma grande cabeça com a boca que parece ser um bico, porém com dentes, Os olhos são como os dos koltranos e brilham em vermelho. Esse grupo heterogêneo está se preparando para a partida.
Peter
Vamos Homens!
Nayara
Ei!
Peter
E donzela!
Nayara
Não é pra tanto! Há! Há! Há! (risadas)
Peter
Certo. Você aí então Nayara! E todos vocês outros cães! Estamos para sair! Já terminaram tudo em Bragança?! Pois o nosso capitão tem uma mensagem para todos! Atenção!
Capitão Finn
Obrigado seu verme imundo! Agora seus sacos de iscas! Vamos zarpar! Muito tesouro nos aguarda! Vamos seguir rumo sul! Andem marujos! Icem a vela! Cuidado com essa corda Tommy seu filho de uma rameira koltrana! Você cabeçudo, saia do meu deck! Vá para o fundo! A não ser que queira usar as cordas! Vamos Homens! E cale a boca cadela! Estamos no mar!
Narrador
O Navio Ocean´s Trap segue afastando-se das luzes de Bragança. A Partida se fez ao final do dia e o sol brilhante já estava oculto no horizonte. O Sol sombrio lançando suas trevas pelo mundo. Bragança permanecendo como o único ponto de luz frente a essa escuridão que só se reduziu quando o sol sombrio sumiu no horizonte trazendo a luz das estrelas da grande nuvem da noite a iluminar o deck do navio. Os ventos eram habilmente coletados pelas velas do navio. Manejadas com maestria enquanto ele singrava o grande oceano do oeste. Como o rumo era para o sul, a costa do grande continente de Humanitas permanecia sempre visível. Durante o dia uns cardumes de peixes apareciam e desapareciam nas ondas. Na terceira noite da viagem, uma tormenta parecia se formar. Os ventos aumentavam, e tendiam a puxar o navio para a direção do oceano. Somente a habilidade dos marujos impedia que a costa desaparecesse. Na manhã do quarto dia todos ficaram estupefatos! A costa havia desaparecido da vista.
Capitão Finn
Com mil koltranos capados! Onde estamos?! Senhor Peter! Diga-me maldito! O que houve?!
Peter
Acho que os ventos nos empurraram para longe da costa.
Capitão Finn
Eu sei disso seu verme! Mas como?! Quem estava no timão ontem à noite?
Peter
Acho que era… O Tommy…
Tommy.
Cale a boca seu maldito! Matou o meu irmão e agora quer me incriminar?
Peter
Quem era então?
Marechal
Creio que era eu.
Capitão Finn
Com mil tubarões! Como deixou isso acontecer Marechal?
Marechal
Não sei. Creio que dormi. Não me lembro de como isso aconteceu.
Capitão Finn
Então seu biltre, vai ficar na vigia até sairmos dessa!
Peter! Leve o Tommy para a sala de comando e tragam aqui meus instrumentos!
Narrador.
Os dois inimigos vão juntos até a sala do capitão, Tommy toma a frente de Peter e apanha os instrumentos de navegação. Empurrando Peter para longe enquanto se afasta com os itens pedidos. Sua perna de madeira, prende num vão entre as tábuas do deck fazendo com que ele tropece. Sua perna boa apresenta uma cãibra e ele cai. Deixando os instrumentos rolarem, Leirbag e Nayara pulam ao mesmo tempo para tentar pegar os instrumentos antes que caiam na água. Mas batem as cabeças. O pequeno baú se arrasta pelo convés, ficando precariamente equilibrado na borda do único ponto onde há uma tábua quebrada. Uma pequena onda move o barco, e, apesar do imenso pulo heroico de Klem que se esforçou para impedir a queda o baú cai mergulhando nas ondas. Leirbag pula mergulhando no mar atrás do baú, mas, vindo das profundezas um grande Lagostim gigante engole o baú que desce. Leirbag mal tem tempo de se virar e nadar para a superfície, assustado com o mostro que pode voltar e o engolir.
Ele volta ao convés. Molhado e assustado olhando para os rostos que demonstram dor, revolta, medo, vergonha e… Satisfação?… O passageiro parece estar satisfeito com o ocorrido. Isso é muito estranho…
Capitão
Seus filhos de mil Tubarões doentes! Como vamos fazer pra nos localizarmos??!
Narrador
Apesar das tentativas do capitão em acertar o curso do barco a tempestade continua por vários dias, levando o barco cada vez mais para longe. E eles não têm mais como localizar onde estão. Quando o tempo finalmente limpa e eles conseguem ver os sóis novamente, não fazem mais ideia de onde estejam, apenas que se afastaram muito da costa. Não há mais nenhuma visão de continente algum. No entanto, embora o caminho para o continente certamente seja para o leste, pois o oceano fica ao oeste. Peter informa ao capitão:
Peter
Capitão. Há pássaros ou outros animais visíveis ao oeste. Estão muito distantes, mas consigo divisá-los.
Capitão
Está certo disso seu cão?
Peter
Sim senhor capitão!
Capitão
Então seus filhos de meretrizes koltranas! Vamos para o oeste. E se vocês estiver errado, seu peixe de rio, você vai virar comida de lagosta.
Narrador
Aparentemente a tempestade moveu o barco para muito longe. O grupo de bucaneiros se encontra próximo a uma faixa de terra que cresce à distância. O sol brilhante de Damocles está alto no céu quando começam a divisar uma praia. Essa praia é de uma areia clara. E a vegetação que se apresenta por detrás dela é singular. Arbustos baixos de cor arroxeada, que apinham um terreno de uma cor alaranjada. Aqui e ali uma ou outra árvore de folhas verdejantes aparece meio isolada no grande terreno estranho. Entretanto algo chama a atenção deles quando se aproximam com o pequeno barco que usaram para chegar à praia. O navio ancorado próximo. No chão, salpicando a areia, várias e várias pedras amarelas apareciam aqui ou acolá, com um brilho inusitado à luz do sol brilhante.
Nayara
Com mil trovões! Isso é ouro!
Narrador
O som da palavra ouro faz com que os piratas fiquem estáticos por alguns momentos, como a tentar entender a situação, seguindo-se de uma agitação frenética enquanto todos correm, nadam, e se jogam desesperados para a praia próxima. Todos menos Leirbag. Ele permanece parado, no barco, olhando a intensa movimentação dos outros, e segura Peter firmemente pelo ombro, enquanto esse tenta se desvencilhar.
Peter
Maldição Leirbag! Me deixe ir pegar o meu ouro!
Leirbag
Observe Peter…
Narrador
Peter para de se debater e observa o local onde Leirbag aponta. Vindo das árvores estranhas tentáculos finos começam a se dirigir para o ouro no chão. As mãos ávidas dos piratas tentando açambarcar o máximo de pepitas possível. Elas se movem rápidas e certeiras. O Marechal é o primeiro a cair, alguma coisa se enroscando em seus pés. Ele grita, mas a febre do ouro não deixa que os outros o ajudem. Klem, que parece ser um pouco mais centrado percebe o perigo e grita para fugirem. Ele também é preso pelas linhas escuras que deslizam sob a areia da praia. Nayara tem mais sorte e corre, porém, logo depois, cai, num grito de desespero, enquanto seus pés são presos por baixo. Tommy é o único que consegue se lançar à água. Ele nada veloz, os tentáculos chegando até a linha da arrebentação, mas não seguindo adiante. Peter ajuda-o a entrar no bote. Leirbag, Peter e Tommy olham horrorizados enquanto seus amigos se debatem na areia implorando por ajuda. Em muito pouco tempo um insectóide aparece vindo dos arbustos, não parecendo ser considerado pelos tentáculos. Ele se aproxima dos marinheiros que gritam por socorro e os amarra com algum tipo de corda escura. Logo mais dois insectóides chegam e levantam, cada um, um marinheiro, e os carregam para dentro da estranha floresta. Ignorando o barco.
Tommy
Precisamos fugir daqui! Precisamos fugir! Eles vão vir nos pegar! (Som de bofetada). Você me bateu?!
Leirbag
Cale-se. Não percebeu que eles pegaram nossos companheiros?
Tommy
Mas não nos pegaram! Temos de fugir!
Leirbag
Vamos ver o que o capitão acha disso.
Narrador
Eles remam vigorosamente. Tommy olhando de vez em quando para trás com medo. Ao chegarem ao barco contam os acontecimentos para o Capitão e o psiônico que ficara com ele.
Capitão
Pelas barbas de Concur! Seus dementes! Eles levaram nossos rapazes?
Leirbag
E Nayara
Capitão
Esta ilha é muito perigosa! Precisamos sair.
Leirbag
Não temos como controlar o navio somente nós que restamos.
Tommy
Não o ouça Capitão! Nós conseguiremos sim! Eles já devem ter virado comida de insetos!
Peter
Cale a boca covarde! Eles precisam de nós!
Leirbag
Peter está certo. E o senhor não está pensando no ouro.
Capitão
Ouro. Você tem certeza do que disse? Ouro para pegar nas praias?
Leirbag
Sim. Muito ouro. Com pepitas do tamanho de maçãs.
Capitão
Isso é verdade Tommy?
Tommy
Sim…
Capitão
Maldição! Isso complica tudo… eu quero esse ouro.
Naresh
Creio que posso ajudar.
Capitão
Como seu Klez´t?
Naresh
Com meus poderes psiônicos creio que posso nos fazer invisíveis para esses insectóides.
Capitão
Com mil tubarões! Se você realmente pode fazer isso vamos ficar ricos meu rapaz!
Naresh
Sim. Mas exijo que salvemos nossos companheiros. Precisamos encontrá-los.
Leirbag
Precisaremos deles para levar o navio.
Capitão
Maldição!
Peter
E pense só no ouro…
Narrador
O capitão coça a barba, e, por fim, dá uma risada falando:
Capitão
Hahahaahhaha. Pode ser que funcione! Vamos lá resgatar aqueles mexilhões, e ficar ricos rapazes!
Narrador
Leirbag sorri. A ganancia pode vir a ser o único meio de salvarem seus companheiros de um possível terrível destino. Mass ele não deixa de reparar a forma pela qual os olhos de Naresh, o psiônico, parecem se esquivar do olhar dele. Como se estivesse tentando esconder algo…
Com a participação de:
- Vinicius Watzl, autor e vozes;
- Allan Dias, edição.
Uma produção RPG Next.
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